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A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção sustentável e que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais em uma mesma área. O cultivo pode ser em consórcio, sucessão ou rotação. O principal objetivo é aperfeiçoar o sistema de uso da terra, aliando o aumento da qualidade dos produtos, da produtividade dessas atividades e da conservação dos recursos naturais.

As primeiras experiências no Brasil tiveram início na década de 1960, com o consórcio de arroz e pastagem. Posteriormente a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) intensificou os estudos sobre o tema e desenvolveu sistemas cada vez mais eficientes, como o Barreirão na década de 1980, o Santa Fé na de 1990 e o Santa Brígida já nos anos 2000.

A ILPF pode ser classificada em quatro tipos, conforme explicam BALBINO et al., 2011:

Integração Lavoura-Pecuária (ou Agropastoril) – ILP
Componente agrícola e pecuário em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área, e em um mesmo ano agrícola ou por múltiplos anos.

Integração Pecuária-Floresta (ou Silvipastoril) – IPF
Componente pecuário e florestal, em consórcio.

Integração Lavoura-Floresta (ou Silviagrícola) – ILF
Componente florestal e agrícola, pelo consórcio de espécies arbóreas com cultivos agrícolas (anuais ou perenes).

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ou Agrossilvipastoril) – ILPF
Componente agrícola, pecuário e florestal em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. O componente “lavoura” restringe-se ou não à fase inicial de implantação do componente.
 

Os benefícios da ILPF para o sistema produtivo são muitos. Vale destacar:

- Melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo
- Aumento da taxa de infiltração e armazenamento de água no solo
- Redução dos riscos de erosão
- Intensificação da ciclagem de nutrientes no solo
- Auxílio à recuperação de pastagens degradadas
- Diminuição na ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas
- Queda na emissão de gases de efeito estufa (GEE)
- Mitigação dos riscos climáticos e de mercado
- Ganho de produção de grãos, fibras, carne, leite e produtos madeireiros e não madeireiros
- Elevação da renda e da qualidade de vida do(a) produtor(a) rural.

A crescente adoção dos sistemas integrados de produção mostra que o potencial produtivo do Brasil pode crescer ainda mais, com sustentabilidade e excelência.

Tendo em vista o desafio global da segurança alimentar, fica evidente que o país tem condições de fazer a sua parte, produzindo cada vez mais sem necessidade de abertura de novas áreas.

Fontes consultadas:
MACHADO, L.A.Z; BALBINO, L.C.; CECCON, G.; Integração Lavoura Pecuária e Floresta – 1 – Estruturação dos Sistemas de Integração Lavoura Pecuária. Dourados, MS: Embrapa, 2011. cap. 1, p.11.
RIBEIRO, C. YATABE, F. ILPF: variações possíveis e rentáveis. Disponível em: https://globorural.globo.com/Integracao/noticia/2016/09/ilpf-variacoes-possiveis-e-rentaveis.html. Acesso em 29 mai. 2023.

*Graduado em agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pós-graduado em gestão e manejo ambiental em sistemas agrícolas pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) e em fertilidade do solo e fitotecnia pela UEM