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Quais os principais cuidados para construção da fertilidade do solo em áreas novas?

17/01/2024

Palavras chaves: fertilidade, agronomia

Por: Luiz Paulo Benício*, especialista agronômico da OCP Brasil


Os problemas de abertura de área no cerrado podem parecer coisa do passado. No entanto, ainda é comum ouvir relatos de insucesso. Isso ocorre principalmente pela adoção de “pacotes tecnológicos” que não se adequam às condições da área e, principalmente, por uma correção insuficiente do solo.

É sabido que a maioria dos solos de cerrado necessita de correção. Mas, quando se fala sobre isso, é importante saber o que corrigir e em qual medida.

Correção da acidez
O primeiro item a corrigir é a acidez, por meio da calagem.

Atualmente, tem-se percebido uma mudança significativa na compreensão de como realizar esse processo em áreas de abertura. O uso de doses de calcário duas, três ou até quatro vezes maiores do que as recomendadas, pelos métodos disponíveis, tem apresentado bons resultados logo no primeiro ano.

No entanto, também é importante incorporar esse calcário a profundidades maiores que 20 cm, se possível a 40 cm ou 50 cm, desenvolvendo um perfil profundo, mais adequado às raízes.

Além da calagem, o uso do gesso é necessário para condicionar o solo em profundidades maiores que a camada de solo que foi revolvida, diminuindo ou eliminando os efeitos do alumínio (Al3+). O gesso fornece também enxofre (S), um elemento extremamente necessário nessas regiões.

Correção dos teores de fósforo
O segundo item a corrigir são os teores de fósforo (P) no solo.

A maioria dos solos de cerrado é pobre desse nutriente e possui uma capacidade de retenção muito elevada, o que faz com que o fósforo seja limitante, mesmo após a aplicação.

O(a) produtor(a) tem a opção de realizar o que se chama de correção em área total, aplicando a dose necessária uma única vez, ou pode realizar essa correção de forma gradual, aplicando os teores extraídos pela cultura e adicionando 20% a cada ciclo, com o objetivo de atingir níveis satisfatórios em cinco anos.

A correção de P em área total, apesar de extremamente importante, pode ser cara devido à quantidade de fertilizante necessária. Portanto, o agricultor deve procurar fontes com boa relação entre custo e benefício.

Nesse sentido, o fosfato natural reativo (FNR) apresenta-se como uma excelente opção, uma vez que possui concentrações elevadas de P2O5 (superiores a 27%) e um custo mais acessível do que fontes aciduladas. Além disso, apresenta ótima eficiência agronômica, especialmente a longo prazo.

Correção dos teores de potássio
Algumas regiões de cerrado precisam passar também por uma correção de potássio (K).

Ela pode ser feita de uma única vez ou de forma gradual, assim como no caso do P. Em solos arenosos, é necessário ter cautela ao realizar o processo para minimizar possíveis perdas por lixiviação.

Correção dos teores de micronutrientes
Mesmo que a acidez e os níveis de P e K do solo tenham sido corrigidos, na maioria das vezes ainda é preciso corrigir os níveis de micronutrientes, principalmente boro (B) e zinco (Zn).

As quantidades a serem aplicadas são significativamente menores do que as de calcário, P e K, mas é importante usar fontes de boa qualidade, como o oxisulfato de zinco e a ulexita para o B.

Qual quantidade corrigir?
Para responder essa questão, deve-se ter em mãos a análise do solo, pois é a partir dela que se determina o déficit para atingir os níveis críticos.

Com base nessas informações, existem diversas metodologias para determinar as doses a serem aplicadas, que variam de acordo com as condições do solo e os objetivos.

Conclusão
Não existe uma receita pronta! O(a) agricultor(a) precisa buscar informações e soluções adequadas aos seus problemas e pacotes tecnológicos que atendam a sua realidade.

Nessa jornada, o papel de técnicos(as) e consultores(as) é fundamental, pois têm condições de mostrar os pontos de atenção e indicar as soluções mais adequadas para cada condição, tanto do ponto de vista agronômico quanto econômico.

*Graduado em agronomia pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), mestre em produção vegetal pela mesma instituição e doutor em solos e nutrição de plantas pela Universidade Federal de Viçosa (UFV)

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